Por Aline Camargo, Agente 76

É véspera de aniversário do Brasil, Sol oposto já a Netuno e a Lua se apresenta com sua face imensa e se junta à oposição ao Sol, lá de sua conjunção com Netuno. Cartograficamente temos a Lua aos 13°53’ e Netuno retrógrado aos 12°49’, conjuntos em Peixes, ambos em oposição ao Sol aos 13°53’ de Virgo.

Você já se sentiu sem pele, andando como se fosse o para-raios de todos ao redor? Ou por acaso você já se sentiu perdido entre sensações e nada é capaz de trazer para a terra?

Em alguns casos se inicia a busca ao auxílio de quem possa ter uma resposta, pensando aqui, numa ação que caiba já com uma boa escuta do corpo. Os encontros tendem a explicações, confortos que não encontramos em nós, ou o desejo de que alguém possa resolver por nós.

Do filósofo ao astrólogo, do psicólogo ao pai de santo – as buscas tangem margens possíveis, favoráveis a uma rápida compreensão, mesmo que esse tempo se derrame em meses, um tempo longo, mas buscamos algo. O reconectar de algo.

Sentir-se despido nessa Lua Cheia em Peixes não será de se estranhar. Ao tocar Netuno e o Sol, é o abrir para todo tipo de sentir. Você se lembra do eclipse em Peixes, com Netuno envolvido? Pelo menos eu, ainda estou em processo com toda energia envolvida, com tanta sensibilidade e torpor.

Opondo-se ao Sol, ao se colocar diante dessa luz toda, é tatear o mistério que pode ter ficado do eclipse – sim, pensando em sensações que afetam o corpo, que causa percepções que podem tomar um longo tempo para ser absorvida e traduzida à lógica das sinapses.

Mas ao se encontrar com Sol, nos ajuda a melhor compreender o que tanto parece entorpecer caminhos, ações, desejos desenhando melhor o caminho a seguir dentro do nebuloso que Netuno apresenta. Um perceber mais nítido dentro do caos que não nos permite de cara reconhecer a natureza das coisas.

Do eclipse para cá, também observamos um surto de acontecimentos nem sempre em bom tom regidos por nossos governantes. Também em alguns casos observamos o desvendar de personalidades e ações. É claro, que tais observações também se aplicam para a geral, o caos que circunda sem dar um mínimo respiro, provoca de ações violentas à depressão.

É Lua Cheia, e mesmo ela já está linda, está incrível, iluminando um eixo para cuidados do corpo e psique, sem o medo de encarar possíveis necessidades de tratar isso ou aquilo que descobrir nessa dança dos luminares.

Um momento interessante também para repensar rotina, descobrir mais espaços para fazer coisas que alimente o corpo e provoque as sinapses. Ser uma engrenagem fora do discurso e reproduzir a engrenagem no dia-a-dia, de nada facilita, só adoece.

Ainda nu de suas potências sensíveis, de toda egrégora que compõe a natureza, deve-se atentar aos escapismos, à fé cega, à fuga da realidade por medo de lidar com ela. Cuidado para não exagerar na dose e pirar no idealismo, perder a noção de chão e flutuar em círculos…

Se vale uma dica, respire. Deixe seu corpo alimentado, perceba seus pés. É Lua Cheia “netunada” oposta Sol em Virgo, não há necessidade de extremos nem fanatismo, basta respirar e inspirar. Até a mais incrível das “viagens” termina na realidade, deixe fluir.

De resto, observe os arredores, veja se tudo que se apresentava como x ou y anteriormente continua na mesma frequência. Caso não, aproveita e mergulha, o candeeiro está em sua mão. Boa viagem, seu bilhete está para às 04:03 (br) 07:03 (ut)!

Por Aline Camargo, Agente 76

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Imagem lua: Baris Ilhan

Imagens corpos: Karol Krakowiak e Juan Gatti